domingo, 30 de junho de 2013

Post de 02 de Julho de 2013

DEDICADO À SILVANA DOMINGUES

Uma guerreira na verdadeira acepção da palavra, que mesmo com sua fala mansa, típica dos naturais do interior das Minas Gerais, é... 


... um exemplo de integridade, força de caráter e tenacidade. Uma mulher que nunca deixou de ter um sorriso nos lábios, mesmo em todos os momentos de adversidade -  que não foram poucos e não cabe aqui citar - e que na busca de uma forma de superar suas dificuldades descobriu no mundo da pesquisa acadêmica um novo caminho de evolução, totalmente diferente da trajetória que antes trilhara - a quem sou imensamente grata por ter  reavivado em mim a chama da busca pelo conhecimento.

Portanto, não é sem pesar que como professora entristece-me o descaso e preconceito da maioria de meus colegas quanto àqueles que se dedicam à pesquisa acadêmica, considerando-os alienados da realidade. O que seria de nós, que atuamos em uma sala de aula, se não tivéssemos teorias para embasar nossa prática possibilitando-nos torná-la  mais  e mais eficaz? Com certeza nos sentiríamos perdidos, sem saber qual caminho trilhar. Afinal, são tantos...


É, portanto, imperativo que aqueles que vivem a realidade da sala de aula se unam aos pesquisadores por meio da troca de informações, a fim de que a teoria possa cada vez mais estar à serviço da prática. 

Não há por que continuarmos isolados em um mundo onde não há espaço para interação. 


Apenas a partir do esforço conjunto será possível criar um ensino de qualidade que contribua para a formação do caráter de futuros cidadãos conscientes de seus direitos e deveres,  os quais  primem pela autoética e tenham uma atitude reflexiva quanto aos valores que norteiam a vida em sociedade.

Abraços para aqueles que como eu acreditam ser a educação a base de uma comunidade saudável,

Cláudia Coelho

sábado, 29 de junho de 2013

PARA COMPLEMENTAR O PENSAMENTO DE AYN RAND NO POST ABAIXO...

...APRESENTO O PARADOXO DE NOSSO TEMPO DE GEORGE CARLIN (1937 - 2008)





O Paradoxo do Nosso Tempo

Bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.

Falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.

Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar nosso vizinho.

Conquistamos o espaço sideral, mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar e, não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos.

Estamos na era do fast-food e da digestão lenta; do homem grande, mas de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.

Esta é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Esta é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas mágicas.

Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na despensa. Armários cheios e corações vazios.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre.

Lembre-se dar um abraço carinhoso num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer. 

Lembre-se de dizer eu te amo à sua esposa e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, ame... ame muito.

Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro.

O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas AMAR tudo que você tem!

Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado. 

HOJE!...

quinta-feira, 27 de junho de 2013

MOMENTO DE REFLEXÃO

(Contribuição de Maria Carlota, intrépida leitora de meus posts)



PORTANTO A VERDADE DE 1920 CONTINUA A SER A VERDADE DE 2013 E...

... se nada fizermos primeiramente por nós, depois pelo próximo e, em seguida, pelo bem comum, chegaremos em 2020 - um século após a declaração acima ter sido feita - sujeitos ao mesmo paradoxo ( do grego parádoksos,os,on 'estranho, bizarro, extraordinário'),  sem nada que preencha nosso vazio existencial e dê sentido à vida.  



O momento presente demanda reflexão sobre os valores que nos regem, pois sem tal entendimento não conseguiremos assumir uma postura assertiva quanto à vida que almejamos ter.



Com abraços  reflexivos,
Cláudia Coelho

A ATUALIDADE DO MITO DE PLATÃO

(Assista ao vídeo, leia a história e a interpretação de Marilena Chauí)



O MITO DA CAVERNA OU O DIÁLOGO DE SÓCRATES E GLAUCO






Trata-se de um diálogo metafórico onde as falas na primeira pessoa são de Sócrates e seu interlocutor, Glauco,um dos irmãos mais novos de Platão. No diálogo, é dada ênfase ao processo de conhecimento, contrastando a visão de mundo do ignorante, baseada no senso comum, e a do filósofo, na eterna busca da verdade.
Sócrates – Imagina homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, com uma pequena fresta aberta à luz. Esses homens estão aí desde a infância, com as pernas e pescoço acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver nada além do que está diante deles, pois as correntes os impedem de voltar a cabeça para o lado. A luz chega-lhes por meio de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles e, entre o fogo e os prisioneiros, há uma estrada ascendente. Imagina que ao longo dessa estrada há um alto muro, semelhante às divisórias que os apresentadores de títeres armam diante de si e por cima das quais exibem as suas maravilhas.
Glauco – Estou vendo.
Sócrates – Imagina agora, que ao longo dessa estrada, homens transportam objetos de toda espécie: estatuetas de homens e animais feitas de pedra, madeira e de toda espécie de material. Naturalmente alguns transportadores conversam entre si; outros seguem em silêncio.
Glauco - Um quadro estranho e estranhos prisioneiros.
Sócrates — Que se assemelham a nós, pois nada viram além de sombras projetadas pelo fogo na parede da caverna.
Glauco — Como poderia ser diferente se são obrigados a ficar com a cabeça imóvel durante toda a vida?
Sócrates — Portanto, mesmo que se comunicassem uns com os outros tomariam por objetos reais as sombras que viam.
Glauco — É bem possível.
Sócrates — E se a parede do fundo da prisão provocasse tamanho eco, sempre que um dos homens que passasse por essa estrada ao fundo da caverna falassem, não julgariam eles ser esse o som transmitido pelas sombras que passavam diante deles?
Glauco — Sim, por Zeus!
Sócrates — Dessa forma, tais homens não acreditarão ser real as sombras que veem e os sons que ouvem?
Glauco — Assim há de ser.
Sócrates — Considera agora que um dos prisioneiros, inconformado com a condição que se encontra decide abandoná-la. Ele se liberta dos grilhões, e parte em direção à luz. De início move a cabeça, depois o corpo todo e, por fim, avança na direção do muro e o escala. Em um primeiro momento a luz lhe cega; o corpo todo dói após anos de prisão, mas ele segue adiante. Como acreditas que ele se sentirá ao se conscientizar de que até o momento vira, nada além de fantasmas, mas que agora, mais perto da realidade e voltado a objetos mais reais, vê com mais justeza?...
Sócrates – Ele terá, creio eu, necessidade de se habituar a ver os objetos de um ponto de vista superior. A princípio, conseguirá distinguir mais facilmente as sombras; em seguida, as imagens dos homens e dos outros objetos que se refletem nas águas e por último, os próprios objetos.
Glauco - Sem dúvida.
Sócrates - Por fim, suponho eu, ele conseguirá contemplar o próprio Sol e não as imagens refletidas nas águas ou em qualquer outra coisa. .
Glauco - Concordo.
Sócrates – O próximo passo será conscientizar-se de que o Sol, que determina as estações ao longo dos anos, governa tudo no mundo visível e que, de certa maneira, é a causa de tudo o que se vê.
Glauco - Concordo com a tua opinião, até onde posso compreendê-la.
(Platão. A República. Livro VII)

Para tornar o texto mais palatável descrevi o desfecho do Mito da Caverna de acordo com o relato de Marilena Chauí (2008).

Aos pouco, conscientiza-se que estivera prisioneiro a vida toda e que nada mais vira a não ser sombras. No entanto, mesmo desejando nunca mais retornar à caverna, movido pelo desejo de ajudar seus companheiros, retorna ao subterrâneo sombrio para contar aos demais o que vira e convencê-los a se libertar também.
            Mas o que acontece? Os prisioneiros zombam dele e por não conseguir silenciá-lo com suas caçoadas, eles o espancam. Mesmo assim ele teima em afirmar o que viu e os incita a sair da caverna. Uma decisão arriscada. Ele provavelmente será morto por aqueles que se negam a ouvi-lo, mas ainda resta uma possibilidade: a de ser seguido por aqueles que compreendem seu chamado e decidem partir rumo à realidade.
Há diferentes interpretações para o fim dessa narrativa: algumas dizem que o prisioneiro que encontrou a luz foi morto; outras deixam a conclusão em aberto. Prefiro deixar ao leitor a conclusão da história e se algum dia obtiver uma resposta a esse impasse que me satisfaça com certeza a partilharei com vocês.
Há, também, diferentes interpretações, todas plausíveis, para as personagens e figuras desta alegoria – uma narrativa que expressa pensamentos, ideias e sentimentos de forma figurada; similar às parábolas de Cristo. No entanto, vou me restringir à interpretação de Marilena Chaui, apresentada em seu livro Convite à Filosofia, com a qual corroboro e está em consonância com a visão de Saramago apresentada no post abaixo:
- O que é a caverna? O mundo das aparências em que vivemos.
- Que são as sombras projetadas no fundo? As coisas que percebemos.
- Que são as corrente, os grilhões? Nossos preconceitos e opiniões, aquilo que
   Percebemos como sendo realidade.
- Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo, aquele que
   pensa o mundo.
- O que é o Sol? A verdade.
- O que é o mundo iluminado pelo Sol? A realidade.
- Qual instrumento o prisioneiro usou para se libertar e deseja usar para libertar
   os outros? A Filosofia*.

* Etimologia: do grego philosophía, 'amor pelo saber, pela ciência.

              

Beijos filosóficos, 
Cláudia Coelho

quarta-feira, 26 de junho de 2013

SOBRE UM VIVER ÉTICO

(Esta crônica é uma contribuição de Cláudia Coelho, 
escritora e tradutora, ouvinte das aulas do Nemess)




 Conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.

Etimologia: subst. lat. ethìca 'ética, moral natural etc.', do adj. gr. éthikós, fem. sing. éthikê  'ético, relativo à moral', substv. no neutro pl.  éthicá 'tratado sobre a moral, ética'.


Hoje aprendi a duras penas que a falta de ética é mais uma das epidemias do século XXI!!!

Sei que parece lugar comum, afinal, não é de hoje que se fala sobre a falta de ética em todos os níveis – eu mesma já discorri sobre esse assunto em meu blog. No entanto, quando somos atingidos em nossa integridade, nos sentimos violentados; nosso espírito sofre. 

Portanto, foi com alegria que há cerca de uma semana assisti a uma aula sobre autoética no NEMESS - Núcleo de Estudo e Pesquisa Sobre Ensino e Questões Metodológicas em Serviço Social da PUC de São Paulo, ministrada pela professora Maria Lúcia Rodrigues, a qual só veio a confirmar meu conceito de ética: moral natural que suplanta a moral estabelecida pela sociedade e é formada pelos preceitos e valores individuais que norteiam nossas ações.  



A ética tem início no indivíduo, é um conceito que reside em nosso interior e transparece nas decisões que tomamos em nosso dia a dia, no modo como nos relacionamos com nossos semelhantes, com o mundo... É ela que nos dá subsídios para aceitar, ou não, as éticas formais e profissionais e embasa nossa ação no mundo.
A ética tem como base o caráter, a autocrítica, o discernimento e o pensamento crítico – este último item, em constante exercício e formação. 

Infelizmente, assim como a maioria de nós, eu já havia chegado a um ponto em que ausência de qualquer rastro de ética na política, nas relações profissionais, sociais, internacionais... - a lista é extensa - não mais me chocava. Todos os dias, sentava-me anestesiada, entorpecida, em frente à TV para assistir aos noticiários e ser bombardeada pela miséria e degradação de nossa sociedade em seu sentido lato – não que fatos como a tragédia de Santa Maria não tenham me chocado, assim como a tantas outras pessoas, mas parece ser preciso uma calamidade para sairmos de nossa zona de conforto. “Hoje as coisas são assim”, tornou-se dito popular. Vivemos no mundo do ‘salva-se quem puder’ – a palavra de hoje, amanhã nada vale; a violência e a impunidade imperam; valores como o amor, a família - antes estruturas da sociedade - cederam lugar ao poder, ao status e ao sucesso; a ética e a moral parecem, mais do que conceitos em extinção, ideias ultrapassadas...


   
Logo, não foi sem pesar que, após ter assistido à preleção da professora Maria Lúcia, senti meus princípios éticos violados.   

Como você se sentiria - caso fosse uma professora, escritora, tradutora e revisora que sempre prezou seu ofício - se um tradutor lhe enviasse um texto para revisar e ficasse óbvio, após três horas de trabalho, em uma tarde de sábado, que a única coisa que seu “colega” fez foi colocar o original no Google tradutor, sem ao menos se preocupar em “dar um tapa”?

Bem, não sei como você se sentiria. A única coisa que posso relatar é como me senti: subestimada, ultrajada e atônita.

Subestimada, pois ele achou que eu não perceberia que o texto encaminhado fora gerado por uma máquina; ultrajada, pois a atitude do suposto tradutor foi contra todos os meus princípios éticos e, por fim, atônita, pois qualquer profissional que se preze sabe que um computador, por mais moderno que seja, não tem a capacidade de traduzir um texto que respeite as regras gramaticais - ou a precisão do vocabulário da língua alvo, de compreender o contexto, etc. etc. e tal. Gosto de fazer a seguinte pergunta em minhas aulas: “Como você traduziria - ‘É uma manga?’”. Estou falando sobre a “manga” fruta ou sobre a “manga” de camisa?



Não sei se minha reação foi exacerbada. Costumo ouvir e ler com frequência que não devemos nos deixar incomodar e perder nosso tempo e energia com coisas e pessoas que não nos tragam nada de positivo; concordo, mas ainda não atingi esse estágio de perfeição – algumas coisas ainda me “pegam”.

O ofício do tradutor implica, antes de tudo, em fidelidade – não, necessariamente, às palavras, mas ao sentido do texto, à mensagem e ao estilo do autor - demanda pesquisa, precisão – como tal expressão seria articulada na língua alvo? Como determinada marca cultural pode ser melhor compreendida pelo público ao qual o texto se destina? O texto está bem redigido? Essas são apenas algumas das perguntas que acompanham o tradutor ético em seu trabalho.




 Exatamente, por isso, fiquei indignada ao receber um texto para revisar que, além de fugir de todos os parâmetros de uma boa tradução, demonstra o descaso e a incompetência do “dito” tradutor, sua falta de ética profissional e acima de tudo de autoética.

Para que a ética seja cultivada e vivenciada nas relações familiares, sociais e profissionais é imperativo que, acima de tudo, cultivemos um viver ético, reflitamos sobre nossas idéias e convicções e exercitemos a autocrítica.  


A máxima socrática, “Conhece-te a ti mesmo”, é o único caminho possível para se atingir a verdade e traduz o conhecimento necessário para conseguirmos resolver conflitos internos e modificar nossa relação conosco, com o próximo e com o mundo.

Por um viver ético,


Cláudia Coelho

sábado, 22 de junho de 2013



É MUITO MAIS DO QUE SE PENSA !!!!!


E NOSSO OBJETIVO É





Promover uma reforma não programática, mas paradigmática, concernente a nossa aptidão para organizar o conhecimento.

Nemess