terça-feira, 9 de julho de 2013

09 DE JULHO - COSMOPO-VITA

COSMOPO-VITA

OU DIÁLOGO COM O VAZIO


Na ressaca do sono,
De noites perdidas,
Tento, intento
Acercar-me de ti.

Vagando ao acaso,
No brilho do ocaso,
Te testo, incesto,
E replicas por fim:

Sou
o amor momento,
relação fragmento,
mero alento,
sem nenhum intento.

Sou
 o engodo da vida
oca, crua,
árida, escura,
selvagem e nua.

Sou
o olhar arisco,
o gesto esquivo,
oásis ressequido,
imagem miragem.

Parasita
da relação fragmento,
do paradoxo intenso
do pensamento diluto,
da ilusão em ti.

Sou

Diálogo em mono,
Palavra à deriva
que afoga o hoje,
sufoca o amanhã...

Sou

orgasmo calado,
beijo anestesiado,
encontro fortuito
sem qualquer intuito.


Opressão,
Preconceito, 
Inconsistência,
Aparência,
Aqui estou.

Sou desacerto, 
Sou desatino, 
Sou desalinho.

Sou 
rosto sem face,
corpo sem alma,

Massificação,
Padronização.


Concreto aparente,
Asfalto ardente,
Insensatez latente, sou.

Pobreza,
avareza,
soberba, 
vileza, 
torpeza...


Sou
aquilo que quiseres,

A consciência perdida,
a vida estéril.

Sou
o Nada em si.

Simples assim.

                              




Cláudia Coelho

sexta-feira, 5 de julho de 2013

POST DE 05 DE JULHO - A SOCIEDADE DO VAZIO

RETRATO DE NOSSA ÉPOCA III





Já procurei resposta às minhas indagações
na umbanda, na filosofia, no esoterismo...
em todas as formas de espiritualidade e de materialidade. 
Contudo, ainda estou a perguntar:

Como suprimir a efemeridade das relações,
resgatar o sentido da existência,
extinguir o Nada?...

...Como não sucumbir ao desvalimento,
não se deixar levar pela dor,
não perder a alma?

Como sobreviver ao vazio?

Cláudia Coelho


Reserve 8 (oito) minutos de seu tempo e assista ao vídeo abaixo: 

Mago Saramago e a Caverna de Platão



http://www.youtube.com/watch?v=XvKzrsAk168



quinta-feira, 4 de julho de 2013

POST DE 04 DE JULHO. EDUCAÇÃO DE QUALIDADE. SERÁ UTOPIA? NÃO!!!

A SEDE EXISTE, CABE A NÓS SACIÁ-LA


Educação de Qualidade

Ela existe; 
É possível;
Pode se tornar realidade.
Basta acreditar;
Basta fazer.
Cláudia Coelho


Hoje, por mera “coincidência” caiu em minha caixa postal um vídeo chamado “Moleque Detona Políticos http://www.youtube.com/watch?v=ZFr37d2XC9M” o qual, com certeza deve estar circulando pela Internet e me fez lembrar de um episódio ocorrido na segunda-feira da semana passada, 24 de junho de 2013.

Movida pela onda das manifestações que se alastravam - e continuam a tomar o país acendendo a chama da política em uma população cuja maioria mal se recorda em quem votou para deputado na última eleição - minha curiosidade foi aguçada e decidi abordar o tema com meus alunos de inglês do ensino fundamental.

Mas como discutir o assunto com um grupo de pré-adolescentes em uma língua estrangeira que ainda estão engatinhando no aprendizado? Praticamente impossível. Mas não me dei por vencida – odeio desistir de uma causa. Dias antes, havia assistido na televisão a uma reportagem sobre professores que estavam usando o momento para elucidar alguns conceitos ligados à política, mas esse não era meu objetivo – queria escutar o que meus alunos tinham a dizer, afinal esses diabinhos, que, diga-se de passagem, adoro sempre me surpreendem com suas ideias. Então, por outra “coincidência” do destino, uma amiga me encaminhou um link de um site chamado Tecla Sap, assunto: “Como eu digo ‘gás lacrimogêno’ em inglês?” (amantes da língua inglesa, inscrevam-se no site pois o conteúdo deste é fantástico). 

Heureca !!!!!!! Ali estava a solução para meu impasse. Preparei, então, um glossário de termos ligados a manifestações políticas, protestos, greves e cheguei para a aula munida de artilharia.





Os alunos amaram: criamos frases com o vocabulário, estudamos como a maioria das expressões compostas em inglês são formadas, eles aprenderam o que são falsos cognatos... e lá pelas tantas, perto da hora do intervalo fiz a pergunta que não queria calar: “Bem, qual a opinião de vocês quanto às manifestações?”. Obviamente, esta foi feita em português, mas como eles já haviam praticado o suficiente cabia um minuto de descontração.
Todos tinham algo a dizer – alguns influenciados pelos pais; outros, por professores e outros tantos, por seus próprios pensamentos. A maioria tinha vivido o drama de perto, pois a escola teve de ser fechada na sexta-feira, 21 de junho, no meio do período da manhã, em virtude de uma manifestação que estava ocorrendo nas redondezas.

O que, no entanto, realmente me chamou a atenção foi a falta de respeito da maior parte dos alunos em relação à opinião dos colegas, a tal ponto que tive de interceder dizendo que em uma democracia todos têm o direito de expressar sua opinião que, mesmo não sendo igual à nossa, merece ser escutada. Todos, então, se calaram e pude observar aquele olhar de “ponto de interrogação” em seus semblantes.



Logo, em seguida, uma das alunas mais novas me perguntou: “Mas professora o que é democracia?”. No mesmo instante saquei do bolso meu dicionário e escrevi na lousa: democracia – do grego démokratía, de dêmos 'povo' + *kratía 'força, poder' (afinal sou uma amante da etimologia) e complementei, “Para entender o significado de uma palavra é preciso saber sua origem, portanto demo + cracia é o governo feito pelo povo, para o povo. É o governo em que nós escolhemos nossos representantes por meio de eleições e...”, fui interrompida com uma enxurrada de perguntas: “Mas os políticos não mandam na gente?”, “A presidente não pode fazer tudo que quiser?”, “E o prefeito, não é ele que dá as ordens?”, etc. , etc., etc. Fiquei assombrada ao perceber a impressão que aqueles pequenos, jovens cidadãos têm do governo de nosso país, com a deturpação e distorção dos valores e princípios que deveriam regê-lo e não pensem que tal reação se deve à faixa etária, pois fiz o mesmo trabalho com uma turma de ensino médio, cujos alunos estão prestes a entrar em uma faculdade e começar a seguir uma trajetória de vida independente, e o resultado foi muito semelhante. O que me leva a crer que o grande problema é a desinformação e não a alienação do jovem, como suposto e propalado por muitos.


O interesse há, a sede existe, cabe a nós saciá-la.

Minha mãe sempre disse que o currículo escolar deveria incluir aulas de Direito para que tivéssemos pelo menos noções básicas de nosso sistema legal. A seu comentário acrescento aulas de Filosofia, Política e Psicologia. Apenas, e tão somente dessa forma, conseguiremos contribuir para uma educação de qualidade em seu sentido lato – uma educação que favoreça a formação do caráter dos jovens; do indivíduo íntegro, consciente e reflexivo com sólidos valores éticos e morais.

Esse é o único modo de formar cidadãos orgulhos do país em que vivem.

Abraços de uma professora que acredita no poder e na força do conhecimento,

Cláudia Coelho


PS: Assistam ao vídeo "A Voz do Povo", http://www.youtube.com/watch?v=FvpncnCMGog&feature=youtu.be , encaminhado hoje, por "coincidência", por uma amiga com quem não tinha contato há anos. 

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Post de 03 de Julho de 2013

AYN RAND (1905 - 1982)

Tão controversa,
Tão polêmica, 
Tão à frente de sua época.





Não deixe tua chama se apagar com a indiferença,
submersa no pântano da desesperança do agora não; do ainda não.
Não permita que o herói que habita em tu' alma padeça frustrado e solitário, 
desejando a vida que merecia ter, mas que sempre lhe escapou. 
Tu podes alcançar o mundo que almejas. Basta acreditar. 
Ele existe. 
É real.
É possível. 
É teu. 

Adaptado de texto de Ayn Rand